Entrevista com Cláudio Lins no site Papo Feminino
O galã dá vida ao mocinho da trama Amor e Revolução do SBT,
e não há como não suspirar por ele!
Cláudio Lins encara a
realidade da ditadura na novela
Amor e Revolução, como o
protagonista e herói
José Guerra. Na telinha, o ator divide as
cenas românticas com a atriz Graziella Schmitt e causa suspiros na
mulherada!
Guia da TV: Dá para dizer
que seu personagem vive uma identidade dupla?
Cláudio:
"Mais ou menos, porque nesse primeiro período do processo revolucionário
militar, os militares legalistas, como é o caso do
José Guerra,
meu personagem, se adaptaram. Ele continua ali porque é filho de um
general, e isso facilita a vida dele dentro do exército. Então, ele
consegue se manter ali nas funções dele, mas ele diz claramente que ele é
legalista e que não concorda com a ditadura."
Guia da TV:
Seu personagem se envolve muito nas cenas de violência da novela?
Cláudio:
“Eu ainda não entrei nesse universo da violência. Tive umas brigas ali,
outras aqui, uns socos, uns pontapés, mas ainda nada muito pesado,
não!”
Guia da TV: Você, pessoalmente, toma algum partido
em relação a toda essa história?
Cláudio: “Olha, num
primeiro momento, a tendência é você ir pra esquerda do que pra
direita... Agora, essa novela está me dando a oportunidade de ler muito
sobre o assunto, a minha vida nesse momento está nos livros do Elio
Gaspari, e é muito interessante porque ele é um jornalista, então, ele
realmente mantém uma certa neutralidade. Mas quando você estuda sobre o
tema, é impossível você concordar com o que foi a ditadura militar
porque foi de uma arbitrariedade... Então, eu pessoalmente, eu escrevi
no meu blog um texto sobre a minha decepção com as Forças Armadas, em
repudir a Comissão da Verdade, uma vez que essa comissão é uma excelente
oportunidade para as próprias Forças Armadas reverem a sua história, e
reverem seus conceitos, que são arcaicos. Eles virem com as mesmas
idéias da década de 60, de um mundo polarizado como era, e que não é
mais, é decepcionante.”
Guia da TV: E sobre a ditadura e a
censura?
Cláudio: "Então, há uma grande chance pra que
as Forças Armadas mudem esse conceito, como tem mudado com o trabalho no
Haiti, com a ajuda ao Plano de Segurança no Rio de Janeiro. Existem
muitos valores e méritos pras nossas Forças Armadas, não tem porque elas
ficaram se prendendo à concepção arcaica."